As pragas da cana-de-açúcar são um dos problemas fitossanitários que têm mais chances de causar prejuízos ao produtor se não forem bem manejadas.
A mais conhecida delas é a broca-da-cana, Diatraea saccharalis, que tem um grande peso e importância na produção canavieira.
Porém, será que as pragas que atacam o canavial no período inicial são bem conhecidas?
Se você não conhece ou conhece pouco, é bom ficar de olho. Algumas delas são consideradas secundárias, porém, caso ocorra um surto, podem prejudicar a lavoura antes mesmo do primeiro semestre.

Conheça um pouco das principais pragas que atacam no período inicial da cana.
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. Principais Pragas Iniciais
- 2. Cigarrinha-das-Raízes
- 3. Migdolus
- 4. Cupins
- 5. Corós
- Conclusão
- Falar com um analista CHBAGRO
Principais Pragas Iniciais
Algumas pragas da cultura canavieira já são muito conhecidas e são bastante observadas pelos produtores.
Mas algumas delas, a maioria secundárias, são pouco consideradas, o que pode causar prejuízos se não forem bem assistidas.
Há a necessidade de implementar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura da cana-de-açúcar para que essas pragas iniciais sejam detectadas rapidamente.
Uma boa gestão da fazenda poderá melhorar muito o manejo.
Uma excelente maneira é usando o software CHBAGRO para que a detecção seja feita no momento ideal.

Caso sejam verificadas quando já estiverem causando prejuízos, as chances de recuperação das áreas atacadas diminuem muito.
Por isso, uma maneira de saber o que poderá causar problemas é fazer monitoramento do solo antes mesmo da implementação tanto da cana planta como da cana soca.
Os danos serão causados de acordo com a espécie e o nível populacional presente na cultura.
Nos últimos anos, o cenário das pragas iniciais vem mudando, principalmente pelo fato de que a colheita com queima vem sendo substituída pela colheita mecanizada.
Com isso, a primeira praga que veremos será a que mais foi “beneficiada” pela mudança no manejo.
Cigarrinha-das-Raízes
Essa praga é uma velha conhecida dos canavicultores, porém, nos últimos anos, tem sido um dos maiores problemas no período inicial da cana.
A mais comum é a espécie Mahanarva fimbriolata, que está distribuída por todo o território nacional.
Com a colheita mecanizada, essa praga consegue se manter na área e, logo que se inicia uma nova safra, começa a atacar.
Com o início das chuvas saem da diapausa (período inativo da praga) e tanto ninfas como adultos atacam, consumindo o conteúdo interno dos tecidos.
As ninfas produzem uma espuma branca, bem característica, para a proteção e ficam ali sugando as raízes até que se tornem adultos.

Fonte: Grupo Cultivar
O manejo das cigarrinhas deve ser iniciado logo após a colheita e na entressafra com o monitoramento e análise de amostragens.
Esse monitoramento vai auxiliar na tomada de decisão para escolher a melhor forma de controle, podendo ser, por exemplo, químico, biológico e/ou cultural.
Dentre os métodos podem ser utilizados o controle biológico conservativo ou aplicado, com a aplicação de fungos entomopatogênicos Metarhizium anisopliae.
Migdolus
As larvas desse besouro podem prejudicar muito o estabelecimento da cultura da cana-de-açúcar.
A espécie Migdolus fyanus tem hábito subterrâneo, sendo que os adultos e as larvas passam boa parte do ciclo biológico em profundidades de 2 a 5 metros.
Os danos causados pelas larvas são pelo fato de se alimentarem e destruírem o sistema radicular do canavial em qualquer idade.
Dependendo do nível populacional dessa praga, as plantas podem reduzir drasticamente a absorção por água e nutrientes, podendo levar ao secamento e até à morte.
Em níveis populacionais muito altos pode haver a necessidade de replantio.

Fonte: Manual de Identificação das Pragas de Cana. Larva de migdolus.
A coleta para monitoramento em trincheiras de solo é essencial para se ter uma ideia de qual é o nível populacional dessa praga na sua área. Principalmente nas épocas de revoada, de outubro a março, quando há maior necessidade de controle.
Os métodos de controle podem ser feitos com aração e gradagem, para revolvimento do solo e maior contato com os insetos e aplicação de defensivos químicos para fazer barreira de proteção nas raízes.
Cupins
São diversas as espécies de cupins que atacam a cana-de-açúcar, principalmente no período inicial.
São insetos que se organizam muito bem por serem eussociais, ou seja, possuem castas - cada uma com uma função específica para manter a população.
Atacam de forma subterrânea e podem comprometer muito a qualidade da cana desde o momento da implementação até o momento da colheita.
O problema é que se não houver controle desde o início, os prejuízos podem ser altos.

Fonte: Manual de Identificação das Pragas de Cana. Cupim em solo de canavial.
É importante detectar a presença dos cupins na área e, caso a tomada de decisão seja feita, entrar com aplicação de defensivos no sulco de plantio.
Na cana planta podem causar sérios problemas na germinação e na cana soca causam redução de peso e falha na rebrota.
Corós
Os corós são considerados pragas secundárias da cultura da cana, mas podem causar prejuízos irreversíveis.
Esses insetos são da família Melolonthidae e também são comumente chamados de bicho-bolo ou pão-de-galinha.
Logo após as primeiras chuvas e nos meses mais quentes do ano, os adultos emergem e são atraídos pelos focos luminosos.
Com a reprodução desses insetos em alta bem na época da rebrota da cana, as chances de que ocorram danos iniciais são altas.
Atacam toletes das canas recém plantadas, internódios basais e os rizomas já formados.

Fonte: Grupo Cultivar. Larva de coró em solo de canavial.
Como é uma praga secundária, os estudos para manejo desses insetos são escassos e o mais aconselhável é que se tenha uma rotina de amostragens e monitoramento para se ter uma noção da presença da praga na área.
Caso seja detectado, o controle pode ser feito juntamente com as demais pragas de solo, mas é importante saber da sua existência e formas de ataque.
Conclusão
As pragas da cana-de-açúcar são muito conhecidas por ser uma cultura de grande importância econômica.
Mas muitas vezes, as pragas iniciais, que não são muito visíveis porque a maioria está sob o solo, são pouco identificadas pelo produtor.
Aqui nós vimos algumas das principais pragas da cana no período inicial que podem causar danos muito prejudiciais à cultura.
Pode ser que você já conheça todas elas, mas é bom ter uma atenção especial tanto na cana planta como na cana soca.
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