Plantas daninhas são quaisquer vegetais que crescem onde não são desejados, ocasionando perdas significativas a cultura agrícola, neste caso, a cana-de-açúcar.
Essas perdas podem ser quantitativas, qualitativas e apresentar redução da longevidade do canavial.
Por isso, é importante conhecer as plantas daninhas de ocorrência no canavial e identificar as principais medidas de manejo para reduzir as perdas e aumentar a lucratividade.

Se a saúde do seu canavial é importante para você, confira o texto abaixo!
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. Relevância das plantas daninhas na cana-de-açúcar
- 2. Algumas daninhas da cana-de-açúcar
- 3. Manejo das daninhas na cana-de-açúcar
- 4. Controle químico das plantas daninhas da cana-de-açúcar
- Conclusão
- Falar com um analista CHBAGRO
Relevância das plantas daninhas na cana-de-açúcar
Plantas daninhas são uma dor de cabeça para o produtor por interferir no desenvolvimento da cultura (competição por água, luz e nutrientes), pode reduzir a produtividade da cana-de-açúcar e ainda produzir substância tóxicas (efeitos alelopáticos) se não controladas adequadamente.
A competição das plantas daninhas na cultura agrícola (matocompetição) pode causar perdas de 20 a 80% na produção. Por isso, é extremamente importante conhecer e controlar as plantas daninhas.
Inúmeras plantas daninhas podem interferir no canavial, como:
- Corda de viola;
- Grama seda;
- Capim camalote;
- Capim colonião;
- Mamona;
- Mucuna;
- Capim marmelada;
- Capim colchão;
- Tiririca;
- Entre muitas outras.
Antes da colheita de cana crua a preocupação era maior com as gramíneas, hoje, também tem que ficar atento às daninhas de folhas larga.

A ocorrência das plantas daninhas do canavial depende do banco de sementes da área, da localização da fazenda, do manejo anterior e atual da área, das condições climáticas do local, entre outros fatores.
Normalmente, variedade de cana-de-açúcar que tem rápido crescimento e sombreamento é menos afetada pela interferência das plantas daninhas.
A cana-de-açúcar é afetada pela presença das plantas daninhas principalmente nas fases iniciais de crescimento.
Por isso, tem-se os seguintes períodos: período anterior à interferência por plantas daninhas (PAI), o período total de prevenção da interferência (PTPI), e o período crítico de prevenção à interferência (PCPI), que na média dos valores para cana-de-açúcar são apresentados na tabela a seguir.

Fonte: Adaptado de Victoria Filho e Christoffoleti (2004) em GAPE/Esalq
É importante frisar que quanto maior o tempo da convivência das plantas daninhas e da cultura, maior a interferência.
Além das perdas de produtividade e redução da longevidade do canavial, as daninhas interferem na qualidade da matéria-prima, custo de produção, dificuldade da operação de colheita e outros.
Algumas daninhas da cana-de-açúcar
Existem muitas plantas daninhas de ocorrência e importantes na cultura da cana-de-açúcar. Neste tópico vamos comentar de algumas, mas não restrinja a identificação e ao manejo apenas dessas.
- Grama-seda é uma das daninhas de difícil controle e rápida cobertura do solo, sendo que em áreas com alta infestação pode roubar 40% da produtividade e reduzir sua longevidade de 2 a 3 cortes.
- Capim colchão apresenta matocompetição bastante agressiva, principalmente em solos mais férteis e ainda pode liberar substâncias alelopáticas.
- Capim braquiária pode se propagar por touceira ou semente, além de ótima adaptação em solos de baixa fertilidade.
- Capim colonião é uma planta daninha que pode se reproduzir por sementes e também por rizomas, facilitando a disseminação no canavial.
- Mamona é uma planta daninha que, além de interferir na produtividade, o seu porte pode interferir na colheita por poder se transformar em arbusto. Além disso, as sementes podem ser lançadas a longas distancias, o que colabora com a sua disseminação no canavial.
- Corda de viola é uma daninha que além de reduzir a produtividade e a longevidade do canavial, também prejudica a colheita da cana-de-açúcar diminuindo a eficiência, por ser uma planta trepadeira que enrola na cana, comprometendo o rendimento operacional (embuchamento da máquina) e a qualidade do produto colhido.
Dada a importância das plantas daninhas no canavial é extremamente importante ficar atento às opções de manejo.
Manejo das daninhas na cana-de-açúcar
Para manejar as plantas daninhas é necessário conhecer as principais plantas daninhas da cultura da cana-de-açúcar, a matologia da área do canavial (identificação das plantas daninhas do canavial), todas as estratégias de manejo que podem ser utilizadas para o controle das daninhas, a melhor época para o manejo e o custo (relação custo/benefício).
O manejo de plantas daninhas deve ser realizado utilizando diferentes métodos de controle disponíveis, como métodos preventivos, químico, cultural, entre outros.
Como medida preventiva deve-se evitar a introdução de plantas daninhas na área como grama-seda, tiririca, capim colonião, capim camalote e outros, realizando para isso limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas, utilização de torta de filtro livre de sementes de daninhas, entre outras.
Como medidas culturais você pode utilizar variedades de cana adaptadas a área de plantio para que apresente um crescimento mais rápido e ocupação do espaço, rotação de cultura e manejo da palhada na área.
Além do manejo com herbicidas é importante também conter a sua disseminação, por isso a limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas é de extrema importância.
Caso a planta daninha já esteja no canavial, primeiramente identifique e monitore as plantas daninhas do seu canavial (matologia) para te auxiliar no manejo e a reduzir as perdas.

Deve realizar o monitoramento de todo ano/safra para identificar as principais plantas daninhas de ocorrência na área.
Para te ajudar na correta identificação a EMBRAPA tem um manual de identificação de plantas daninhas da cana-de-açúcar, mas fique a vontade para consultar outros manuais que te ajudem na identificação, caso haja dúvidas.
Para te ajudar a realizar este trabalho, você pode identificar subáreas dentro da fazenda que são constituídas por vários talhões.
Depois disso, escolha um talhão para ter uma área testemunha, que é uma pequena área que não terá aplicação de herbicida (podendo ser de 6 a 7 ruas de 10 metros de comprimento).
E dentro desse tratamento testemunha será observado constantemente as plantas daninhas de ocorrência na área e observar qual a porcentagem de infestação de cada planta daninha dentro daquela área.
Normalmente, sugere que as avaliações de infestação sejam realizadas em intervalos de 30 dias até o fechamento do canavial (aproximadamente 120 dias).
Essa identificação das plantas daninhas de maior relevância no canavial será importante para a escolha do herbicida, que vamos discutir no próximo tópico.
E lembre-se que deve-se acompanhar a pós aplicação, ou seja, verificar quais foram os efeitos do manejo da área, observando o controle e residual.
Controle químico das plantas daninhas da cana-de-açúcar
O controle químico é um importante método de manejo para as daninhas , por isso é importante utilizar o herbicida correto. Para isso, deve-se conhecer o histórico de daninhas na área, matologia atual e os herbicidas que são recomendados para a planta daninha e para a cultura.
Para identificar os herbicidas registrados a planta daninha e a cultura da cana-de-açúcar consulte o Agrofit e normalmente esses herbicidas aplicados na cana são seletivos, para controlar a planta daninha sem interferir na cultura.
É extremamente importante alocar o herbicida correto na área para ter maior eficiência no controle das daninhas, menor custo e ainda reduzir a probabilidade de resistência.
A necessidade de água é diferente para as moléculas de herbicidas, por isso, é importante identificar a disponibilidade de água da época que pretende-se realizar o manejo para então elencar quais herbicidas estão disponíveis para a planta daninha em determinada época do ano.
Assim, você consegue escolher melhor o herbicida para o manejo das plantas daninhas.
Para a dose do defensivo verifique a bula e lembre-se que a textura do solo (argiloso e arenoso) pode modificar a quantidade de herbicida aplicado (dose).
Normalmente, em solos argilosos a dose é maior, pelo herbicida ficar retido em colóides em relação a solos arenosos. Mas, sempre verifique a bula e peça ajuda de um (a) engenheiro (a) agrônomo (a) para te auxiliar com as recomendações de manejo para as plantas daninhas da cana-de-açúcar.
O uso de herbicidas no canavial está atrelado a várias operações no ciclo da cana-de-açúcar (modos de aplicação) como na dessecação da área, antes do plantio da cana, após o plantio, no quebra-lombo, após o corte da cana (soqueira) e também pode fazer repasse de daninhas que escaparam desses controles, como a catação.

Fonte: Infobios
Lembrando que as aplicações devem ser realizadas de forma consciente e o sucesso na aplicação depende de vários fatores, como volume da calda, dosagem, tipo de bico, tamanho da gota, pressão, condições climáticas adequadas para aplicação, regulagem do equipamento e outros.
Além da escolha correta do herbicida, que pode ser pré-emergência ou pós-emergência, da cultura ou das plantas daninhas e da operação no ciclo da cana-de-açúcar, alguns agricultores já estão realizando na reforma do canavial a rotação de cultura, que também pode propiciar a redução de daninhas na área, se bem manejada.
Lembre-se que além de escolher um herbicida registrado a daninha e a cultura, você deve observar relação de custo benefício, menor fitotoxicidade a cultura e menor interferência ao ambiente.
Também verifique o residual do herbicida que for utilizar, a solubilidade no solo, pH do solo e a questão da palhada.
Conclusão
As plantas daninhas são extremamente prejudiciais ao canavial, por isso, discutimos algumas plantas daninhas importantes para a cana-de-açúcar, quais as possíveis perdas e quais as estratégias de manejo disponíveis para reduzir as perdas devido a interferência desses inimigos.
---
Saiba mais sobre o único Software Agrícola completo do Brasil!
O CHBAGRO já atende 600 fazendas em todo país.
Se preferir, envie um e-mail para contato@chbagro.com.br ou ligue 16) 3713.0200.