Uma das maiores preocupações dos produtores rurais é reduzir custos e obter uma maior rentabilidade na cultura produzida. E não é diferente quando falamos em plantação de milho. Neste artigo, iremos abordar temas como manejo, sistemas de cultivo, gestão de lavoura e controle de pragas e doenças.
Ascensão do milho
Em 2019, o Brasil alcançou o posto de segundo maior exportador mundial de milho. De acordo com relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o país é o responsável por 25% do total mundial das vendas do cereal.
Segundo dados apresentados recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as exportações da safra 2019/20 ainda seguem estimadas em 34 milhões de toneladas. Como os preços do grão seguem em alta, a estimativa de milho primeira safra, na temporada 2019/20, é de 4,25 milhões de hectares, 3,4% maior que a área cultivada na safra 2018/19. Para o milho de terceira safra, a produção estimada é de 1,16 milhão de toneladas.
Plantação de milho: como garantir boa produção e rentabilidade
Os cuidados com a lavoura começam antes mesmo do plantio do milho. A principal orientação é ter um planejamento agrícola bem elaborado, que irá influenciar diretamente a produtividade. O produtor precisa ter certeza nas suas escolhas para conseguir economizar o possível e colher o máximo.
Uma das primeiras perguntas que o agricultor deve responder é qual milho irá plantar: safra ou safrinha?
A produção de milho pode ocorrer em duas épocas distintas: durante a safra normal ou safrinha. O plantio da safra normal, ou safra de verão, são feitos entre os meses de agosto e dezembro, com a previsão de colheita de novembro a março.
Na safrinha, ou segunda safra, os plantios são feitos, geralmente, após a colheita da soja precoce, entre os meses de janeiro a março, e colhidos entre abril e junho.
O plantio da safrinha ocorre no final da época recomendada e, por isso, muitos produtores tem receio de investir nesse tipo de plantação. No entanto, vale lembrar que a cultura do milho é muito flexível e possui grande capacidade em se adaptar aos diversos tipos de produção, o que torna o safrinha uma boa alternativa de lucro. Claro, desde que baseado em um planejamento de produção adequado e que reduza os riscos para a cultura.
O segundo passo, depois de definir entre safra e safrinha, o agricultor precisa considerar a necessidade, ou não, de irrigação na plantação de milho, além dos custos que essa atividade pode trazer. Não se esqueça de considerar a produção e o lucro estimados. Depois de tudo isso colocado na ponta do lápis, é hora de definir o sistema que será utilizado no plantio.
Para o milho, o plantio direto é o melhor
O Sistema Plantio Direto (SPD) é um conjunto de tecnologias que resulta em aumentos da produtividade das principais culturas de grãos e na preservação e melhoria da capacidade produtiva do solo.
O plantio direto é um sistema de manejo que permite um maior controle da erosão do solo e de plantas daninhas, além da conservação da umidade, melhoria da estruturação do solo e das condições fitossanitárias, dentre outras vantagens.
Outra vantagem do plantio direto é a rotação de culturas, que, no caso da plantação de milho, tem um aumento ainda maior da produtividade e na facilidade de controlar pragas e doenças, pela maior produção e manutenção de restos culturais, a palhada, na superfície do solo.
A instalação do plantio direto do milho, além dos cuidados normais como assistência técnica especializada e maquinário, exige cuidados especiais do agricultor, como a revisão da adubação nitrogenada, estabelecimento da densidade de plantio desejada e a escolha de cultivares tolerantes a pragas e doenças.
Vale ressaltar que, no caso da safrinha de milho, o plantio direto apresenta vantagens adicionais como maior disponibilidade de água e a possibilidade de plantio mais cedo, logo após a colheita da soja, reduzindo os riscos na produção do milho safrinha, que ainda favorecerá a produção da palhada necessária para a sustentabilidade do plantio direto.
5 passos para maior produtividade e lucratividade com a plantação de milho
Assim como em qualquer outro mercado, a produção e o lucro na agricultura também enfrentam obstáculos. Pragas, infestações e baixa produtividade são alguns dos principais problemas apontados pelos produtores na plantação de milho. Esses problemas não devem ser motivo de desespero. Uma série de práticas e técnicas podem ser adotadas na rotina do produtor rural, visando a melhoria da produção, facilitando a gestão e a geração de lucro. Por isso, separamos cinco passos infalíveis para que você obtenha maior produtividade e lucro com a sua plantação de milho. Confira!
1. Espaçamento e Densidade
Um dos principais fatores que definem o rendimento final do cultivo do grão é o estabelecimento adequado do stand da plantação de milho. A densidade (número de plantas por área) e o espaçamento entre as plantas devem ser determinados já na escolha da cultivar, no manejo e no rendimento desejado, sempre levando em consideração as previsões do clima.
No caso do milho, uma prática comum tem sido um espaçamento mais reduzido entre as plantas na lavoura e entre as linhas de semeadura. Atualmente, o espaçamento varia de 45 a 50cm. Com o objetivo de um melhor aproveitamento de área, a redução entre as linhas, em conjunto com o uso de plantas menores e de folhas eretas, favorece o aproveitamento da radiação do sol, da umidade do solo e ainda dificulta a proliferação das plantas daninhas. Juntos, todos esses fatores proporcionam um maior rendimento dos grãos.
2. Escolha da área e época de plantio
A escolha certa da área e da época do plantio são essenciais para o sucesso da plantação de milho. Por exemplo, a restrição hídrica, normal nos períodos de transição entre verão e outono, pode influenciar no potencial produtivo do milho, que, no caso da safrinha, é menor que no cultivo de milho no verão, mesmo que o manejo seja muito bem feito.
A seleção da área de plantio tem que ser estratégica. Mesmo que a área para cultivo seja menor, a chance de sucesso da plantação é maior. Esse sucesso independe do período que a semeadura for realizada, seja na safra ou na safrinha. Ao conciliar custos menores e maior faturamento por conta dos preços mais altos, sem perdas significativas de produtividade, o agricultor tem a possibilidade de aumentar os seus lucros.
3. Manejo de solo e adubação na plantação de milho
O produtor rural precisa conhecer o solo, semear e adubar segundo os indicativos dos resultados das análises de solo, que irá identificar a fertilidade e as necessidades da área onde o milho será plantado. Vale ressaltar que a coleta para a análise deve seguir alguns critérios específicos a fim de evitar erros nas etapas seguintes.
Com os dados da análise em mãos, será possível identificar as necessidades de nutrientes e correções, como a calagem ou gessagem, e determinar o melhor método de adubação, levando em conta fatores como dose recomendada e local adequado.
O nitrogênio é outro componente importante para a plantação do milho, pois a cultura necessita desse elemento para uma boa produção. O nitrogênio também torna o plantio do milho mais responsivo a adubações, sendo imprescindível para a boa produtividade.
4. Controle de pragas e doenças
A plantação de milho pode ser atacada por diversas pragas, mas aqui destacaremos apenas as que demandam maior atenção do agricultor por causarem maiores prejuízos a lavoura.
5. Gestão da lavoura
Para que a sua fazenda alcance o potencial máximo em lucro e produtividade com a plantação de milho, é essencial ter uma gestão de lavoura eficiente, que determine com exatidão quais foram os gastos com o cultivo, o valor de venda do grão e a projeção de lucro.
Os dados fornecidos pela gestão permitem que você mensure a quantidade certa a ser produzida e que cubra não somente os gastos, mas também tragam lucro. Existem diversas formas para realizar esse gerenciamento, sendo o mais adequado deles um software agrícola.
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