O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deve crescer 3% em 2021 e o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) terá um aumento de 4,2%, é o que estima a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
De acordo com a entidade, a expansão do agronegócio neste ano será mais moderada, em comparação a 2020, quando os valores dos principais produtos agrícolas atingiram recordes por conta da pandemia e da disparada do dólar.
A previsão é de um equilíbrio entre oferta e demanda, ainda que exista uma perspectiva de aumento na produção da maioria dos alimentos.
Os técnicos da CNA destacam que os preços sofreram fortes altas por conta da pandemia, que desregulou os mercados. Apontam, ainda, que no Brasil a demanda por alimentos básicos aumentou consideravelmente por conta do pagamento do auxílio emergencial, o que ajudou ainda mais na alta de preços.
Para a CNA um dos fatores determinantes para o agronegócio nesse ano será a intensidade do La Niña, que poderá afetar principalmente a região Sul do Brasil, impactando significativamente os preços.
A entidade também aponta como fatores os investimentos na produção feitos ao longo de 2020 e a relação entre câmbio e custos de produção, que devem ser mais elevados nesse ano, principalmente por causa de insumos como os fertilizantes, cotados em dólar.
Ainda de acordo com a CNA, os produtores de milho, algodão e soja, que podem antecipar as vendas, irão sentir menos os preços dos insumos, que ainda serão influenciados pelo dólar.
Outro fator apontado pela entidade é relativo ao preço do milho, que também é usado como ração para uma parte considerável do gado nacional. A cotação do grão alcançou um patamar alto e deve seguir firme até a segunda safra, em meados de 2021.
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. Produção brasileira
- 2. Crescimento do PIB Agronegócio
- 3. Exportação
- 4. Economia Nacional
- 5. Tecnologia no Campo
- 6. Culturas Agrícolas
- Falar com um analista CHBAGRO
Produção brasileira
A produção brasileira de grãos deverá alcançar índices recordes na safra 2020/2021. A estimativa é de 268,9 milhões de toneladas, com destaque para a soja e o milho.
Somente a produção da soja será de 135 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como o maior produtor mundial e o grão como principal produto de exportação.
De acordo com a CNA, o aumento do custo de produção contribuiu para o aumento do preço dos alimentos, principalmente em relação aos insumos, como fertilizantes, herbicidas e ração.
Crescimento do PIB Agronegócio
De acordo com o relatório da CNA, em 2021 o crescimento do PIB Agro deve ser de 3% e o VBP deverá alcançar o patamar de 4,2%, conforme já informado no início dessa matéria. Juntos, os dois índices devem superar R$903 bilhões.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) também estima um crescimento em torno de 3.2% do PIB do agronegócio.
Em sua Carta de Conjuntura, o instituto explica que a pecuária deve ser o principal produto agropecuário, com alta geral de 5%, principalmente pelo aumento na produção da carne bovina, superior a 6%.
Segundo o IPEA, o crescimento da lavoura será influenciado pela rentabilidade do milho e da soja, culturas que tem batido recordes desde 2019 e devem crescer, respectivamente, 9,1% e 10,5% em 2021.
Exportação
A projeção da CNA para o agronegócio brasileiro é de crescimento no mercado externo, para isso será necessário que o governo explore parcerias e invista no pequeno e médio produtor para atender o mercado internacional.
Até outubro de 2020, as exportações brasileiras somaram US$ 85,5 bilhões, o equivalente a um crescimento de 5,7% em relação a 2019.
Os cinco principais destinos foram China, União Europeia, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que juntos representaram 63% das exportações do agro brasileiro em 2020.
De acordo com a CNA, a China é o principal mercado consumidor dos produtos agrícolas brasileiros. Além de se manter como um dos principais compradores de soja em grãos, o país asiático deve abrir mercado para o melão.
A China deve manter a demanda por carne bovina e aumentar a compra de carne suína e de frangos em 5% e 3%, respectivamente.
No geral, o mercado externo deve continuar aquecido especialmente na demanda por soja e milho.
Economia nacional
De acordo com estimativas do mercado financeiro, a projeção da Selic, taxa básica de juros, é de 3%.
A expectativa é que o setor econômico seja favorecido diante dos indicativos.
Em relação ao dólar, a projeção permanece em R$ 5,20.
Tecnologia no campo
Uma das maiores tendências do agronegócio em 2021 é, com certeza, a adesão a inovações tecnológicas.
Para o setor, o uso da tecnologia, por exemplo, na análise de dados em tempo real, pode auxiliar o produtor rural a enfrentar os impactos no agronegócio.
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Culturas agrícolas
Mesmo diante de um cenário positivo, o Ipea prevê que algumas culturas agrícolas apresentem resultados negativos para o agronegócio, como a produção do café, que deve ter uma redução de 8,2% em relação ao ano passado.
Já para o algodão, o órgão tem previsões incertas para o próximo ciclo: se a procura continuar baixa, como tem acontecido desde o início da pandemia do novo coronavírus, a cultura deve sofrer uma queda de 12,4% em sua produção.
Dos três elementos que constituem o PIB do agronegócio – lavoura, pecuária e outros (silvicultura, exploração florestal e aquicultura), somente o último tende a cair em termos de produção.
*Com informações da Agência Brasil
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