O mercado da soja no Meio Norte e estimativas da safra 2020

O mercado da soja no Meio Norte e estimativas da safra 2020

Publicado em: 15/05/2020

Inicialmente projetada para crescer 3,8% esse ano, a economia agrícola brasileira teve sua projeção reajustada para ter um aumento de 2,4%. Quanto ao Meio Norte, a região compreendida entre Maranhão e Piauí (Nordeste) também passa por reajustes.

A principal razão para essa revisão de crescimento é o alastramento da pandemia de Covid-19 no país.

O escalamento da doença no país pode culminar em redução ainda mais significativa ao longo do tempo.

Veja o que muda nas projeções para o mercado da soja no meio norte com a ocorrência da pandemia.

Plantação de Soja

Como está o mercado da soja no Brasil

O mercado agrícola brasileiro é monitorado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A companhia, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tem as responsabilidades previstas pela Lei de Política Agrícola (Lei nº 8.171, de 17/01/1991), especialmente a de fornecer informações estratégicas para o setor no país.

Assim, a Conab, por meio de Boletins de Safra feitos a partir do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e em conjunto com outras instituições (IBGE e IPEA, por exemplo), fornece dados para a análise setorial periódica.

Com a ocorrência da pandemia, outros fatores passaram a influenciar nas previsões, especialmente as recomendações do Ministério da Saúde.

Ainda assim, a Conab informou que produção estimada de soja para 2020 está em 122,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 6,1% em relação à safra anterior, que é menor do que o estimado anteriormente.

Esse valor, no entanto, decorreu das condições climáticas desfavoráveis no Rio Grande do Sul.

Nesse contexto, o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – fez a revisão da projeção anterior do PIB agrícola, que era de crescimento de 3,8% e agora está em 2,4%.

O principal responsável pela queda foi a pecuária, a proteína mais cara, seguida pela cana-de-açúcar, que é muito influenciada pelos preços do petróleo.

A soja, no entanto, foi pouco afetada, tendo redução apenas no Rio Grande do Sul. Nesse estado, a diminuição foi em 30,6%.

Mesmo nesse cenário, o mercado da soja tem sua projeção de crescimento praticamente inalterada no país, em especial no Meio Norte.

 

O mercado da soja no Meio Norte

Conforme o sétimo levantamento de Acompanhamento da Safra Brasileira da Conab, as atividades agrícolas seguem normalmente, apesar da pandemia.

Foram adotadas medidas de prevenção, em conformidade com as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS.

Conforme o boletim da Conab, o mercado da soja no Meio Norte foi mais afetado pelas condições climáticas, principalmente seca, no início da safra, o que implicou necessidade de replantio em várias áreas.

Agora, o que compromete a safra é o excesso de chuvas, que tem dificultado as operações de colheita no Meio Norte.

Em Tocantins, chuvas frequentes no mês de março prejudicaram o ritmo da colheita.

No Maranhão, algumas fazendas passaram a plantar milho de verão em vez de soja no sul do estado.

O mesmo ocorreu no Piauí, em que a área cultivada de milho subiu em 14,8%, chegando a 429,1 mil hectares., 14,8%.

No geral, o IBGE aponta um aumento na produção de soja na Região Nordeste em 7,2%.

Boa parte desse resultado, no entanto, tem a ver com o processo anterior das safras.

Em outras palavras, o impacto efetivo da Covid-19 no campo pode estar amortecido, visto que a escalada recente da mortalidade no país tem obrigado os governantes e empresas a adotarem medidas mais restritivas.

Grandes empresas como a Raízen Energia, já estão adotando planos de contingência.

No caso da Raízen, as projeções financeiras e operacionais para 2020/21 foram suspensas, devido ao cenário de incertezas trazido pela pandemia.

Outro fator importante que deve entrar em cena a partir do segundo semestre é o fenômeno climático La Niña, que tem como efeito aumentar a estiagem nas regiões sul e sudeste e trazer mais chuva para o Norte e Nordeste (Meio Norte) do Brasil.

Projeções pós pandemia para o mercado da soja

Apesar de o preço da cesta básica já estar sendo afetado pela pandemia, o agronegócio é um setor essencial, seja pela produção de comida ou pela geração de divisas originadas da venda de commodities.

Sendo assim, sempre terá demanda para os produtos do agronegócio. Nesse sentido, alguns especialistas afirmam que a economia nacional deverá a começar a “sair do buraco” puxada pelo agronegócio.

É o que afirma um estudo setorial desenvolvido pela TCP Partners, divulgado pela Istoé Dinheiro.

Conforme o estudo, além de assegurar o abastecimento de alimentos no país, o agronegócio brasileiro deverá ter atuação fundamental para levar comida para o restante do mundo.

Quanto às commodities, espera-se que, devido às dificuldades impostas pela pandemia em outros países produtores, a produção brasileira venha a suprir parte da demanda que surgirá daí.

Ainda conforme o estudo, a soja é uma das principais commodities que, acredita-se, irão contribuir para a recuperação da economia nacional, cenário favorável para a região do Meio Norte.

Além disso, representantes oficiais do agronegócio no país acreditam que o setor sairá da crise com mais oportunidades do que quando entrou.

Nesse ínterim, a ministra do MAPA, Tereza Cristina, reforçou o papel que o Brasil terá no abastecimento de alimentos no mundo.

Similarmente, a maior parte da produção deverá continuar a ser escoada para os mercados da China e União Europeia.

Outro estudo indica que, globalmente, o preço da soja sofre pressão com a queda do preço do petróleo.

Isso porque parte da produção de soja é destinada à produção de biodiesel. Com a desvalorização do Real frente ao Dólar, no entanto, as exportações são favorecidas.

Além disso, houve uma redução de quase 10% na área plantada de soja nos Estados Unidos, o que abre uma oportunidade para a soja brasileira.

 

Conclusão

O mercado da soja na região Nordeste (Meio Norte) segue sua expectativa inicial de crescimento.

No geral, os efeitos da pandemia acabaram provocando uma redução de 1,7% na projeção de crescimento para o PIB do agronegócio brasileiro.

Em contrapartida, o agronegócio segue crescendo e atuando como pilar para a economia nacional, evitando seu colapso.

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