A cafeicultura é uma atividade que possui grande importância no setor agrícola e econômico. Contudo, assim como todas as culturas de interesse agrícola, deve ser ter feito o manejo correto da lavoura, como o controle de plantas invasoras, pragas e doenças para se obter alta produtividade e rentabilidade.

A presença de pragas na cafeicultura afeta a produtividade e qualidade da bebida e, consequentemente, causa prejuízo para o produtor.
Para isso, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) tornou-se uma excelente estratégia no controle das pragas do cafeeiro. Além de ser uma alternativa no controle de pragas que busca uma produção sustentável que visa o equilíbrio do ecossistema.
Principais pragas na cafeicultura
As principais pragas presentes na cafeicultura são: o bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e broca-do-café (Hypothenemus hampei). Vamos falar brevemente sobre suas características abaixo.
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Bicho-mineiro
O bicho-mineiro provoca dano indireto na produção de café. Os prejuízos provocados pelo bicho-mineiro ocorrem nas folhas, causando redução da capacidade fotossintética por cavar galerias nas mesmas, o que pode levar também à queda.
Com a redução do número de folhas por plantas, há o comprometimento da safra seguinte, ocasionando queda de produtividade e redução do lucro para o produtor.

Fonte: Esalq/USP. Lesão causada por larva de bicho-mineiro.
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Broca-do-café
A broca-do-café causa dano direto na cafeicultura. É uma praga bastante prejudicial pois ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, de verdes a maduros ou secos.

A broca-do-café permanece nos frutos que não foram colhidos e nos que caíram sobre o solo, ou seja, podem sobreviver na entressafra, principalmente se for chuvosa.
Condições microclimáticas úmidas favorecem a incidência da praga. Esta condição é comum em cafezais adensados.
Assim, o plantio de cafezais em espaçamentos que permite arejamento, penetração de luz e baixa umidade do ar no interior reduz a incidência da praga.
Importância do controle de pragas na cafeicultura
A presença de pragas nos cafezais reduz drasticamente a produtividade além de afetar a qualidade da bebida. Portanto, compromete o lucro final do produtor.
Para isso, é importante conhecer as principais pragas presente na área, a sua dinâmica populacional e o ambiente de produção em que está inserido.
Manejo integrado de pragas (MIP) na cafeicultura
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) vem sendo bastante utilizado.
Resumidamente, o MIP consiste no conjunto de práticas para redução da incidência de pragas em uma determinada lavoura. É o conjunto de diversas medidas que visa manter as pragas abaixo de um nível que causa dano econômico à cultura.
O MIP é baseado em critérios sociais, ecológicos e econômicos. Para isso é realizada uma análise de custo/benefício.
Isso visa a produção sustentável, buscando utilizar ao máximo a ação benéfica dos inimigos naturais.
Para entender melhor o MIP, primeiramente é necessário se familiarizar com alguns conceitos:
- Nível de dano econômico (NDE): menor densidade populacional da praga que causa dano econômico;
- Nível de controle (NC): menor densidade populacional que necessita de práticas de manejo;
- Nível de equilíbrio (NE): densidade populacional de um inseto por um longo período de tempo não afetada por temporárias intervenções no controle da praga.

Fonte: Boas práticas Agronômicas
O objetivo do manejo integrado é reduzir a população da praga para abaixo do nível que causa dano econômico (NDE). Abaixo do NDE o custo de controlar a praga é maior do que o prejuízo causado pelo ataque dela – “o molho sai mais caro que o peixe”, como diz o ditado.
Isso significa dizer que a praga só será controlada quando atingir o NDE, pois somente a partir desse ponto é economicamente viável realizar o controle. Mas para que o MIP funcione, é necessário monitoramento constante da lavoura.
Monitoramento e Amostragem
O monitoramento da presença da praga na lavoura é feito para analisar a necessidade de medidas de controle e tomar decisões de manejo.
É muito importante conhecer a densidade populacional da praga!
O monitoramento é feito por amostragens. Para isso, a amostragem deve ser feita em plantas que sejam representativas do talhão. A amostragem pode ser feita em folhas e/ou frutos.
Veja a seguir como é feito a amostragem para as principais pragas da cafeicultura.
- Bicho Mineiro
- Recomenda-se que se inicie 80 a 90 dias após a florada;
- Coleta deve ser feita a cada 15-20 dias no terço médio e superior de cada planta. São coletadas em torno de 100 folhas/ha;
- Nível de controle - 40% época seca e 10% época chuvosa (% de folhas com lagartas vivas).
- Broca-do-café
- Recomenda-se que se inicie 80 a 90 dias após a florada;
- Coleta de 20 plantas/ha aleatoriamente e em “zig-zag”. Colhe-se 100 frutos por planta sendo 25 de cada face da planta. Conta-se o número dos frutos que apresenta orifícios feitos pela broca na região da coroa;
- Nível de controle - 3% a 5% de frutos infestados.
Tratos culturais na cafeicultura
Dentre os fatores que influenciam na presença das pragas na lavoura, podemos destacar:
- Condições climáticas (temperatura, umidade, precipitação etc.);
- Adensamento e espaçamento entre plantas;
- Nutrição da planta (plantas bem nutridas são mais resistentes ao ataque de pragas);
- Ciclo bienal do café, entre outros.
As técnicas de MIP podem ser preventivas e outras para controle imediato e isso é específico para cada praga do cafeeiro e é baseado em muitas amostragens.
Várias práticas podem ser adotadas e seguidas de acordo com os pilares do MIP.

Controle cultural
É uma medida preventiva que consiste na implantação de práticas agrícolas que reduzem a presença de pragas. Podemos citar algumas:
- Adubação e nutrição equilibrada das plantas;
- Espaçamento de plantio;
- Eliminação de restos culturais.
É muito importante a “varrição” após a colheita para recolher os frutos caídos e diminuir a infestação da broca-do-café.
Controle biológico
É o uso da ação de inimigos naturais sobre as pragas como ferramenta de manejo.
Na cafeicultura, por exemplo, o fungo Beauveria bassiana se destaca no controle biológico da broca-do-café.
Controle comportamental
Consiste na utilização de substâncias ou organismos (feromônios e armadilhas, por exemplo) que modifiquem o comportamento da praga.
Controle genético
Utilização de plantas resistentes ao ataque de pragas. Contudo, isso ainda não é uma realidade para a cafeicultura.
Controle químico
Uso de agrotóxicos para controle do inseto praga. O controle químico deve ser usado de forma controlada e, no momento certo, embasado pela amostragem.
Para o controle químico devemos ficar atentos à: população da praga, época de aplicação, ingrediente ativo.
Conclusões
A implantação do Manejo Integrado de Pragas (MIP) proporciona ao produtor de café maior competitividade e uma produção sustentável, com redução nos custos com agrotóxicos.
Para isso, é muito importante monitorar a praga e durante o ano época de maior ocorrência.
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