Você já imaginou como era o controle de pragas antes da descoberta de tecnologias como moléculas inseticidas?
Essa pergunta pode parecer muito insignificante quando olhamos para o cenário atual. Mas você já parou para pensar que existem técnicas muito antigas e que ainda hoje podem contribuir para o manejo de pragas?
É o caso do controle cultural, um dos pilares do MIP. Esse é o método mais antigo para prevenir o ataque de pragas e que o MIP vem resgatando.
Te convido a entender melhor e com mais detalhes sobre esse pilar.
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. Planejamento e controle cultural
- 2. Táticas utilizadas
- 3. Época de plantio e de colheita
- 4. Aração do solo
- 5. Adubação e irrigação
- 6. Rotação de culturas
- 7. Destruição dos restos de culturas
- 8. Cultura no limpo
- Conclusão
- Falar com um analista CHBAGRO
Planejamento e controle cultural
Como estamos falando de um pilar do MIP, não adianta pensar de forma singular no método. É importante considerar que os demais métodos poderão ser utilizados ao longo da safra.
Tenha uma visão mais holística do seu planejamento. O que quero dizer é que, ao realizar o MIP, todas as táticas deverão estar interligadas.
O controle cultural é um dos pilares e, lembre-se, um único pilar não é capaz de suportar uma grande estrutura.

Mesmo sabendo disso, é essencial que medidas preventivas, como o controle cultural, já estejam definidas no momento em que você for planejar a safra.
Esse método irá contribuir para que o ambiente agrícola e a própria cultura não sejam propícios para as pragas interferindo nas preferências de oviposição e na procura por hospedeiros tanto dos adultos como das fases jovens.
Além disso, o controle cultural irá tornar a cultura indisponível para a praga no espaço e no tempo. Para isso, é necessário que, quando estiver fazendo o planejamento, você saiba sobre o histórico da área.
Isso será importante para que você tenha conhecimento sobre a dispersão e outras características, como a diapausa ou hibernação das pragas (momento em que estão inativos na área).
Ao ter essas informações em mãos e com as táticas que serão apresentadas aqui, você terá maiores condições de reduzir a sobrevivência da praga na cultura.
De modo geral, esse método irá contribuir com quatro principais mecanismos:
Impedir que a população se instale no ambiente;
Criar condições adversas que impedem ou reduzem a sobrevivência dos indivíduos ou da população na área;
Modificação da cultura de maneira que as infestações não causem danos à cultura;
Aumento dos inimigos naturais por meio da modificação do ambiente.
Táticas utilizadas
Para implementar as táticas de controle cultural, é necessário que você tenha um conhecimento sobre biologia, ecologia e fenologia do cultivo. Também é importante entender sobre as interações praga-cultivo.
Embora exija domínio técnico, esse método é tido como o mais barato porque, normalmente, apenas requer a modificação de algumas práticas na produção.
Porém, como foi falado anteriormente, é importante ter um bom planejamento de safra para incluir as táticas necessárias de acordo com o conhecimento da área.
Caso contrário, mesmo sendo uma prática mais barata do que as demais, pode haver maiores custos com mão de obra sem as devidas necessidades.
Abaixo, falaremos algumas das práticas mais utilizadas.
Época de plantio e de colheita
Dependendo da cultura, algumas pragas migram de outras regiões em determinadas épocas do ano e isso pode comprometer muito o cultivo.
Quando se sabe disso, é possível evitar que o ataque ocorra em períodos nos quais as plantas ainda estão muito suscetíveis, podendo até levar a sérios prejuízos ou ao uso de controles curativos de maneira incorreta.
Por isso, esse manejo da época de plantio e da colheita, vai permitir que plantas mais jovens se estabeleçam de forma que fiquem mais tolerantes ao ataque de pragas.
E também possibilita a destruição dos restos de cultura antes que as pragas entrem em diapausa.
Aração do solo
Muitas pragas permanecem no solo após certo período e conseguem se multiplicar logo com a implementação do novo cultivo.
Pensando nisso, é importante que você faça a aração do solo para trazer as larvas e pupas para a superfície do solo para expô-las à dessecação e predação e também às intempéries.
Essa prática também vai destruir restos culturais, que seriam possíveis abrigos para essas pragas.

Adubação e irrigação
Plantas com uma boa nutrição são menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, porque têm maior tolerância dos danos causados por esses organismos.
Pesquisas já demonstraram que plantas desnutridas têm maior potencial de atrair insetos como pulgões.
A irrigação deve ser de acordo com o problema na área. Em alguns casos, é necessário usar irrigação por aspersão, em outros por gotejamento. Vai depender de como a planta responde e se essa prática irá ajudar ou prejudicar com relação às pragas.

Rotação de culturas
Essa prática interrompe o ciclo normal das pragas, deixando que esses organismos fiquem em um ambiente sem hospedeiro.
Normalmente, a rotação de culturas a fim de controlar pragas é mais bem sucedida para espécies de artrópodes com longos períodos de ciclo biológico e com baixa capacidade de dispersão.

Fonte: Atua Agro
Destruição dos restos de culturas
Essa tática é muito utilizada para reduzir possíveis locais de reprodução e diapausa de diversas espécies de pragas.
Você também deve ficar atento às plantas daninhas que são possíveis hospedeiros alternativos. Quando isso acontecer, é importante que você faça sua destruição.

Fonte: Embrapa. Destruição de restos culturais do algodoeiro.
Cultura no limpo
A cultura no limpo, também conhecida como isolamento da cultura, é fazer com que o cultivo fique o menos possível em contato com possíveis hospedeiros alternativos das pragas ou restos de cultivos anteriores.
Quando não existem formas das pragas se desenvolverem ou se reproduzirem de forma adjacente, o risco de ataques é reduzido.
Esse tipo de tática é mais apropriado para culturas anuais.

Conclusão
O controle cultural é um dos pilares do manejo integrado de pragas (MIP).
É um dos métodos mais antigos de controle de pragas, mas que foi sendo esquecido ao longo do tempo.
Por integrar vários métodos, o MIP vem resgatando o controle cultural para uso com outros tipos.
Aqui, você viu as diferentes táticas que podem ser empregadas no controle de pragas de maneira cultural.
Referência
Bajwa, W. I., Kogan, M., Koul, O., Dhaliwal, G. S., & Cuperus, G. W. (2004). Cultural practices: springboard to IPM. Integrated pest management: potential, constraints and challenges. CABI Publishing, Wallingford UK.
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