Dentre as estratégias de gestão estratégica no agronegócio está a utilização de recursos para o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Muito se ouve sobre essas estratégias hoje, já que, se forem adotadas as medidas corretas, têm tudo para dar certo.

No Manejo Integrado de Pragas (MIP) não existe um só método de controle, mas a compatibilização de vários com um mesmo objetivo.

E como aplicar o MIP na gestão estratégica? Vou te explicar melhor nesse artigo.

 

O que é o MIP?

Primeiramente, vamos deixar claro o que é o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Como o próprio nome diz, é um manejo que integra vários métodos para o controle de uma ou mais pragas.

Esse manejo surgiu em meados do século passado devido à utilização exagerada de pesticidas, que podem causar problemas ambientais e para a saúde humana.

Muito ainda se fala sobre redução do uso de produtos químicos para controle de doenças e pragas.

Porém, o cenário mundial já vem sendo modificado, até mesmo por demanda dos próprios consumidores.

No MIP, existem alicerces e pilares que precisam ser compreendidos.

Os alicerces são a identificação da praga, o monitoramento, os níveis de controle e as condições ambientais.

Os pilares são os controles cultural, biológico, comportamental, genético, varietal e químico (dentre outros).

Antes da tomada de decisão, você precisa compreender que o organismo só precisa ser controlado se estiver em um nível que causará danos econômicos à produção se sua população não for reduzida a tempo.

Aqui é importante enfatizar que, se um inseto não atinge o nível de controle, não há necessidade nenhuma de agir para eliminá-lo da lavoura, até mesmo por não ser considerado praga naquele momento.

Existem três níveis que os organismos podem ser encontrados em uma cultura:

• Ponto de equilíbrio (PE);
• Nível de controle (NC);
• Nível de dano (ND). 

Além disso, as populações dos insetos podem se comportar de diferentes formas, assim você poderá saber quando iniciar o controle.

Veja as figuras abaixo:

Como você pôde observar, a primeira figura mostra um organismo que está presente na lavoura no ponto de equilíbrio, ou seja, a presença dele não causará nenhum dano. 

Nas demais figuras, você viu que existe o momento certo para entrar com controle e, ao utilizar dos preceitos do MIP, é possível se preparar para cada passo que será dado durante o processo de cultivo. 

E como você consegue saber qual o nível em que determinado inseto se encontra? Somente com monitoramento prévio. Sem isso, você estará no escuro. 

Por isso é importante que você conheça sua cultura, o histórico de ataque de pragas e quais os monitoramentos mais utilizados para cada praga.

 

MIP como gestão estratégica

Uma boa gestão estratégica no agronegócio requer um planejamento de safra muito bem definido.

Mesmo que algumas coisas não saiam como o esperado, você terá um norte desde o plantio até a colheita.

Antes mesmo de iniciar a safra, os seus objetivos com relação ao MIP devem estar claros e detalhados para que você tenha um melhor preparo da sua equipe.

Há a necessidade de considerar o histórico da área das safras anteriores para que você não se perca.

Porém, cada safra terá suas peculiaridades e isso quer dizer que nem tudo que aconteceu antes, vai acontecer novamente. É importante para você se basear.

Tudo isso requer atenção e visa um olhar estratégico para ações futuras. Essas ações não podem ser tomadas sem um mínimo de consideração ao que foi feito antes.

Por isso, reveja quais erros foram cometidos com relação aos métodos de controle e o que pode ser implementado à partir de agora.

O MIP não só vai equilibrar o manejo de forma ecológica como também social e econômica na sua propriedade.

Esses três setores serão os seus principais aliados na implementação do MIP como gestão estratégica. 

 

Tenha visão ampla

Quando o gestor do agronegócio tem uma visão ampla de tudo que engloba a produção, o MIP deve ser levado em consideração, principalmente, à longo prazo.

O controle das pragas deve estar atrelado à conservação do agroecossistema.

De nada adianta conseguir reduzir a população de uma praga em determinada safra se os inimigos naturais da mesma também foram todos atingidos.

Ao pensar no MIP como gestão, deve haver o fator sustentabilidade.

E você pode estar se perguntando “mas isso não vai me gerar maiores custos?”

E eu te respondo que com uma boa gestão utilizando as táticas do MIP, você poderá reduzir os custos. Veja estes casos de sucesso.

Isso quer dizer que o controle precisa ser monitorado.

Isso porque ainda se vê muito controle calendarizado, o que leva à muitos prejuízos, tanto ecológicos, como sociais e econômicos.

Como aplicar

No planejamento de safra liste todos os possíveis passos que serão dados, como, por exemplo:

• Histórico da área - fazer um estudo das principais pragas da cultura; 

• Monitoramento  - fazer um bom treinamento da equipe;

• Identificação das espécies - a equipe deve saber, com exatidão, cada espécie de praga; 

• Controle cultural - saber quando e como é necessário (retirar palhadas, aração, etc);

• Sementes tratadas - utilizar inseticidas específicos e registrados;

• Variedade resistente - procurar entender sobre qual a melhor para sua região;

• Controle comportamental - se atentar aos feromônios e armadilhas;

• Níveis de controle - procure saber quando é necessário controlar cada praga;

• Controle químico - veja os inseticidas registrados para cada praga e evite usar aqueles de amplo espectro (que atingem inimigos naturais);

• Controle biológico - se atente à conservação do ambiente e se existem organismos benéficos registrados para controle das pragas.

Esses seriam os tópicos mais básicos que você pode focar para iniciar a gestão.

Entretanto, com o tempo, o MIP passa a colaborar naturalmente, pois já estará consolidado na propriedade.

 

Conclusão

O MIP como gestão estratégica pode contribuir muito para o agronegócio. 

É um manejo que engloba vários métodos de controle de pragas e que visa equilibrar os fatores ecológicos, sociais e econômicos na fazenda. 

No planejamento é possível fazer uma análise de tudo que será feito para ter uma visão ampla.

Por fim, alguns tópicos foram abordados para te ajudar a iniciar essa gestão.

 

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