A pandemia mundial de coronavírus impactou fortemente o mercado de etanol.
Além da redução do consumo de combustíveis, a produção também foi diminuída devido ao direcionamento da matéria-prima para outros subprodutos.
Para aliviar os prejuízos e manter o setor ativo, os produtores e usinas de cana-de-açúcar priorizaram a produção e exportação de açúcar, reduzindo a oferta de etanol, que vem sofrendo baixa demanda devido às medidas de isolamento social decorrentes da pandemia.
De acordo com especialistas, a demanda pode voltar a crescer no segundo semestre de 2020.
No entanto, a baixa produção do biocombustível pode causar a elevação dos preços até que o setor consiga recuperar o seu equilíbrio de maneira viável.
Até que as negociações nacionais recuperem o ritmo, a exportação de etanol pode ser uma ótima saída para o mercado graças à valorização do dólar.
Confira a seguir os indicadores e previsões para o mercado de etanol nessa fase de início de recuperação mundial!
Expectativas para o segundo semestre de 2020
Em primeiro lugar é importante ressaltar que as expectativas e previsões para o mercado de etanol, assim como para diversos outros setores da economia, ainda são inconstantes e instáveis.
Isso porque a retomada da produção e da venda do biocombustível depende diretamente da duração da quarentena e das restrições necessárias como medida de contenção para o combate ao coronavírus.
Com o isolamento social e a paralisação de diversas atividades econômicas, muitas pessoas passaram a trabalhar em home office, além da alta taxa de desemprego registrada nos últimos meses.
Tudo isso faz com que as pessoas saiam menos de casa, reduzindo drasticamente a demanda por etanol e demais combustíveis.
No primeiro semestre de 2020, a indústria de cana-de-açúcar apostou firmemente na produção de açúcar, principalmente para exportação, onde a alta do dólar favoreceu usinas e produtores do setor.
Como consequência disso, houve uma baixa significativa na destinação dessa matéria-prima para a fabricação de biocombustível.
Com a volta da rotina que está acontecendo aos poucos em alguns países e regiões brasileiras, a demanda por etanol tem voltado a crescer lentamente.
No entanto, a tendência é que os produtores e usinas não consigam acompanhar essa recuperação dentro da cadeia produtiva, fazendo com que a demanda seja maior que a oferta no segundo semestre de 2020.
Sendo assim, os preços do etanol para os consumidores tendem a se elevar, fazendo com que eles busquem outras alternativas mais vantajosas para abastecer seus automóveis e haja uma nova redução na demanda.
Ou seja, a estimativa é de uma recuperação lenta até o final do ano no equilíbrio entre compra e venda de etanol.
Exportações favorecem mercado de Etanol
Uma das grandes soluções para esse mercado está nas negociações com o mercado externo.
De acordo com especialistas, uma excelente opção para o setor é investir nas usinas da Califórnia.
Como vantagem, o estado norte-americano oferece bons preços, logística eficiente e câmbio valorizado.
Essas características tem atraído a atenção das usinas brasileiras, que buscam por alternativas estratégicas de manter a rentabilidade da produção durante esse período instável do mercado global.
Além disso, o governo da Califórnia oferece um prêmio por créditos de descarbonização de forma semelhante à proposta praticada pelo RenovaBio.
No entanto, usinas interessadas no programa precisam passar por um teste para certificação.
De modo geral, ao decidir exportar para a Califórnia, o produtor participante do programa tem acesso a um prêmio referente aos créditos de carbono.
Atualmente, o valor de um crédito de carbono é de cerca de US$ 170 – com a cotação do dólar acima de R$ 5,00, o valor por crédito chega a quase R$ 1.000,00.
O sócio fundador da Green Domus, Felipe Bottini, afirma: “Fazendo uma conta simples, na qual mil litros de etanol geram um crédito, eu estou transformando mil litros em mil reais, ou seja, um real por litro. É um valor muito significativo. Para o RenovaBio, estimamos entre 15 e 20 centavos por litro, então a Califórnia traz um ganho maior”.
No entanto, para que a exportação valha a pena, é importante avaliar e acompanhar o desenvolvimento do mercado para estimar se o mercado americano precisará de um bom volume de etanol.
Além disso, também é preciso calcular se essa comercialização é mais vantajosa do que a de açúcar.
De acordo com indicadores da Petrobrás, as refinarias da companhia já conseguiram recuperar seus níveis de produção médios pré-pandemia. No início de junho, a utilização média das operações no Brasil chegou a 73,6%.
Como destaque, especialistas afirmam que a Petrobrás tem encontrado boas oportunidades na exportação de combustíveis como gasolina, diesel e óleo combustível.
Com a redução dos bloqueios que está acontecendo de maneira regulada em várias regiões, a empresa vê uma oportunidade de operar perto dos níveis ideais de utilização de 80 e 85%.
Medidas a favor do setor
Para estimular produtores, usinas e indústrias ligadas ao mercado de etanol, o governo tem elaborado medidas que favorecem o setor.
Segundo o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), existem duas medidas principais, são elas:
- Isenção de PIS e de Cofins do etanol. O que significa uma redução de R$ 0,24 por litro, sendo R$ 0,13 para o produtor e R$ 0,11 para a distribuidora. Proposta válida para um período de seis meses.
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Retirada de etanol para estoques lacrados, com controladoras de primeira linha aceitas pelos bancos. O financiamento teria de ser empregado com juros semelhantes aos empregados ao setor aéreo, com taxa no CDI. Com a medida, seria possível retirar 6 bilhões de litros do mercado, equivalentes a 3 meses de produção. A capacidade de estocagem do setor é de 11 bilhões.
Por enquanto, os preços médios do etanol praticados nos postos de combustíveis nacionais têm conseguido se manter em equilíbrio, o que tem favorecido a competitividade do biocombustível e atraído consumidores, mantendo o mercado de etanol aquecido.
Conclusões
O isolamento social causado pela pandemia do coronavírus afetou drasticamente o faturamento das usinas com o etanol, que começaram a valorizar mais a produção do açúcar.
Pelo cenário atual continua sendo difícil prever a melhora, porém os produtores de etanol estão buscando alternativas, como a exportação para a califórnia.
Além disso, o governo tomou medidas para auxiliarem os produtores a reduzirem suas perdas, como a isenção do PIS e do Cofins e a manutenção da taxa de juros dos financiamentos.
Nesse momento se faz necessário estudar as alternativas mais viáveis de acordo com as características de cada fazenda e se manter sempre atualizado com as notícias do mercado.
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