A pandemia de coronavírus causou impactos negativos em diversos setores do agronegócio. No entanto, a partir da alta do dólar, algumas commodities ganharam força na exportação, ajudando produtores a se recuperarem mais rapidamente.
Com o mundo em quarentena, a redução na demanda de combustível fez com que o etanol perdesse sua competitividade.
Nesse cenário, a produção de açúcar ganhou ainda mais força, sendo o produto com maior rentabilidade para as lavouras de cana de açúcar.
Além do aumento na oferta do açúcar, a valorização dos preços no mercado externo beneficia significativamente as usinas brasileiras.
Confira as principais informação sobre a exportação de açúcar e perspectivas futuras para o setor!
Produção de cana-de-açúcar na safra 2020/2021
Mesmo em meio a crise, o Brasil está colhendo uma safra recorde de cana de açúcar nesta temporada.
E não é para menos, o país é considerado hoje o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, além de ser o principal fornecedor de etanol de cana.
Com a chegada do coronavírus, os principais desafios do setor incluíram garantir a saúde dos trabalhadores e colaboradores e manter a produtividade para atender ao mercado interno e externo.
Além disso, a queda inicial no consumo da commodity também preocupou os produtores.
Ainda assim, a previsão é que sejam colhidas 600 milhões de toneladas de cana de açúcar nas lavouras brasileiras, de abril a novembro.
As condições climáticas recentes também ajudaram a favorecer a boa produtividade, o que elevou as expectativas do setor.
Para proteger os funcionários, que somam mais de 2 milhões de pessoas no país, algumas medidas fundamentais foram adotadas visando não paralisar a cadeia produtiva.
Em algumas regiões, os trabalhadores passaram por uma triagem médica e foram orientados em relação às medidas de segurança e higiene.
Além disso, a temperatura dos colaboradores é checada todos os dias nessas usinas.
No transporte, algumas empresas resolveram aumentar suas frotas de ônibus e a distância entre um funcionário e outro dentro dos veículos. Após cada viagem, os veículos tem seu interior higienizado.
A queda nos preços e na competitividade dos combustíveis
Uma das medidas fundamentais para evitar o contágio do novo coronavírus é o isolamento social. Esse distanciamento foi responsável pela queda de mais de 50% do consumo de combustíveis no país.
O resultado disso? Diversas empresas distribuidoras de combustíveis cancelaram seus contratos de compra de etanol previstos para o primeiro semestre do ano.
Desse mesmo modo o álcool sentiu os impactos pela queda no preço do petróleo no mercado global.
Com a redução na diferença do preço entre o etanol e a gasolina, o mercado consumidor tende a preferir a compra da gasolina, afetando novamente o setor da cana de açúcar pela queda na competitividade dos combustíveis.
O petróleo atingiu níveis históricos de baixa, eliminando a margem de lucro dos produtores de etanol.
No ano passado, antes da pandemia, as usinas tinham 60% do seu faturamento advindo do etanol, 30% do açúcar, 8% da comercialização de bioenergia pela queima do bagaço da cana e 2% de álcool para produção de produtos de limpeza e bebidas.
Nesse ano, diante dos impactos do coronavírus, a comercialização e exportação de açúcar ficará com o destaque no faturamento.
Com a alta do dólar, a estimativa é de que 80% da produção futura já tenha sido negociada para exportação no mercado futuro.
Estimativa de recorde na exportação de açúcar
As baixas no mercado de biocombustíveis fazem com que as usinas precisem modificar seu mix de produção para superar a crise.
A principal estratégia é aumentar a produção de açúcar, visando os preços valorizados no mercado externo e uma boa margem de lucro.
Em abril, os resultados das exportações de açúcar revelaram a importância da commodity para o setor. A estimativa é para números recordes na safra 2020/21.
As exportações brasileiras no mês de abril geraram uma receita de US$ 475 milhões, o que representa um crescimento de 7,7% em relação ao mês de março desse mesmo ano e 33,8% maior que a receita do mesmo mês no ano passado, 2019, que foi de US$ 355 milhões.
De acordo com especialistas do setor, o fato das usinas localizadas na região centro-sul concentrarem suas exportações no período de outubro a março pode garantir um alívio em relação a safra anual de grãos do país.
As principais inconstâncias nas negociações estão relacionadas ao volume de ofertas a curto prazo de outros países exportadores.
A redução na semeadura da beterraba açucareira na Europa pode influenciar a relação entre oferta e demanda de açúcar no mercado global, aumentando a necessidade de importação dos países europeus.
Os impactos do coronavírus nos demais países onde a janela de produção é bem mais reduzida que no Brasil pode fazer com que novas oportunidades de exportação surjam, como no exemplo citado anteriormente.
No cenário global de exportação de açúcar, o Brasil deve ser responsável por adicionar 8 milhões de toneladas da commoditie à balança comercial.
Os aumentos no preço também podem estimular o aumento dessa produção, fazendo com que os produtores direcionem a maior parte de suas matérias-primas para a fabricação de açúcar nas usinas do país.
Conclusão
A pandemia do coronavírus modificou o mercado da cana-de-açúcar no Brasil e no exterior. Enquanto o etanol perdeu força no país, o açúcar ganhou mais espaço nas exportações.
Com uma safra recorde, a exportação do açúcar se tornou uma ótima oportunidade para as usinas, que viram essa commodity ultrapassar o etanol no seu faturamento.
Para escapar dos prejuízos e conseguir se restabelecer no mercado, é de extrema importância que o produtor rural acompanhe sempre as tendências e as novidades do mercado global de cana de açúcar.
Para isso, contar com um bom sistema integrado de gestão que auxilie na tomada de decisões dentro do planejamento agrícola fará toda a diferença!
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