Desde 2015, quando o etanol de segunda geração (E2G), também conhecido como etanol celulósico, passou a ser produzido em escala e em vários lugares do mundo, o tema entrou definitivamente no setor do agronegócio.
Quais as novidades sobre este assunto? É isso que vamos contar neste artigo.
O que é etanol celulósico?
Biocombustível produzido por meio do processamento da biomassa, o etanol celulósico é diferente do etanol comum justamente devido à matéria-prima utilizada. Lembrando que a biomassa é composta por:
- Bagaço de cana-de-açúcar;
- Lenha;
- Resíduos florestais;
- Palha do milho;
- Casca de arroz;
- Resíduos agrícolas;
- Sobras de eucalipto;
- Outras matérias orgânicas.
Outra peculiaridade do etanol celulósico é que seu processamento ocorre através da hidrólise enzimática ou da fermentação e destilação. Diferentemente do etanol comum, bastante usado como combustível para veículos e popularmente chamado como álcool.
O etanol comum, como sabemos, é utilizado também na fabricação de produtos farmacêuticos, cosméticos e bebidas.
Sua forma mais conhecida de produção é através da fermentação de açúcares. Entre eles, a sacarose, a glucose e a frutose presentes na cana-de-açúcar, milho e beterraba.
Voltando ao etanol celulósico: este é fabricado por meio de reações químicas. Elas promovem a quebra das cadeias dos principais polímeros que formam a estrutura das plantas, ou seja, a celulose, a hemicelulose e a pectina.
Nova alternativa de combustível
Já que as fontes de origem fóssil, hoje ainda utilizadas em larga escala, são fortes causadoras de poluição e tendem a se exaurir na natureza, a diversificação na produção de combustíveis é urgente.
Neste contexto, o desenvolvimento de novos biocombustíveis vem sendo pesquisado como alternativa. Há algumas novidades divulgadas recentemente que você, atuante na gestão do agronegócio, precisa estar por dentro.
Segundo informações da Agência do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as usinas Bioflex, da GranBio e localizada em São Miguel do Campos (AL) e a Costa Pinto, da Raízen, em Piracicaba (SP), produziram 6,11 milhões de litros de E2G em 2019.
Elas são as duas únicas usinas do Brasil que efetivamente trabalham com o processamento do etanol celulósico. Por isso, a importância dos dados alcançados por quem está aproveitando esta possibilidade.
O volume só foi possível por meio do processamento de um total de 106,36 toneladas de bagaço de cana em um ano e meio. Foram 81,34 toneladas em 2019 e 25,03 toneladas nos primeiros meses de 2020.
Estes números apontam uma expectativa positiva para o mercado. O estudo da ANP indica que está havendo um aumento no processamento do resíduo da cana ao longo dos meses. E tem sido registrado um ápice nos volumes deste ano.
Produção de etanol celulósico ganha fôlego novo
Apesar das restrições tecnológicas, a produção do etanol celulósico ganha fôlego. Afinal, pode estar aí um segmento para mais usinas brasileiras explorarem.
Usufruindo do fato de que a matéria-prima para a produção deste tipo de combustível é considerada um subproduto da atividade agrícola e que não existe uma outra utilidade para ela, seja para a alimentação das pessoas ou destinação aos gados devido ter poucos nutrientes.
Uma vez aproveitados esses resíduos da biomassa para a fabricação do etanol celulósico, agrega-se mais uma fonte de renda aos empreendimentos rurais ligados à produção sucroalcooleira.
O etanol celulósico, mais comumente utilizado para a geração de energia, faz parte do movimento mundial que visa a sustentabilidade dos negócios e a proteção do meio ambiente.
Não é de hoje que os especialistas destas áreas veem com bons olhos a produção do etanol celulósico como combustível. Eles acreditam que é uma ótima alternativa já que é menos agressiva ao meio ambiente e beneficia a saúde da população humana.
Isso porque o uso de etanol celulósico emite bem menos gases poluentes na atmosfera, o que também contribui bastante para a diminuição do efeito estufa.
O etanol celulósico pode ser acrescentado à gasolina e também pode ser usado em seu estado puro. Porém, é preciso uma adaptação do veículo pra se adequar a este tipo de combustível.
O bom exemplo da Raízen
A já citada usina brasileira Raízen trabalha no desenvolvimento da tecnologia para o processamento do etanol celulósico há sete anos.
Além de contar com o produto que pode substituir a gasolina, a Raízen, de acordo com a diretoria da Companhia, tem como proposta vender e realizar a exportação desta tecnologia para outros países visando os royalties. E promovendo aos compradores a troca de um combustível fóssil por um renovável.
Esta iniciativa tem encontrado maior respaldo em função da pandemia do coronavírus. Pela simples razão de que entre os esforços para recuperar a economia mundial deverão estar os planos de transição para uma economia de baixo carbono.
A diversidade foi o tema central da última edição do Evento Cultivar, promovido anualmente pela Raízen, como uma forma de integração e atualização com seus clientes e parceiros.
Conclusão
Como as fontes de origem fóssil usadas em larga escala são poluentes e finitas, a diversificação na produção de combustíveis é mais que necessária e o etanol celulósico se apresenta como uma das soluções possíveis.
Neste cenário, já se sabe que a Europa irá destinar cerca de 40% do pacote de 750 bilhões de euros de fomento econômico para as chamadas tecnologias verdes.
Uma tendência de investimento que surge também na China e em alguns estados americanos como, por exemplo, a Califórnia.
Para o Brasil, estas mudanças na economia global se configuram em excelente oportunidade. E o etanol celulósico, mais uma opção de negócio rentável para as usinas locais.
Já que estamos falando de um País com extenso território coberto por florestas e dono da maior biodiversidade do mundo e de 20% das reservas globais de água doce.
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