Uma coisa é certa, a busca por alternativas que deixem a produção agrícola mais sustentável é essencial para o desenvolvimento do agro no Brasil e no mundo. Dentro desse tema, o incentivo ao mercado de controle biológico tem sido cada vez mais reforçado.
Afinal, o controle biológico se encaixa em técnicas inovadoras cada vez mais utilizadas pelos produtores rurais, como é o caso da Agricultura de Precisão (AP).
Por ser um país tropical e rico em biodiversidade, as previsões de crescimento do Brasil nesse setor são ainda melhores do que para o resto do mundo.
De acordo com especialistas, esse segmento deve movimentar mais de US$ 5 bilhões agora em 2020. Esse número representa um acréscimo de US$ 2 bilhões em relação ao registrado no ano de 2019.
Enquanto os outros países ao redor do mundo registram um crescimento de 10% ao ano no mercado de controle biológico, indicadores mostram que o Brasil registra facilmente um aumento de mais de 15%.
Confira a seguir mais informações sobre a importância do mercado de controle biológico para o agronegócio brasileiro e quais as tendências esperadas para o setor!
Pioneirismo do Brasil no mercado de controle biológico
De acordo com dados da Embrapa, o Brasil é atualmente líder mundial em tecnologias do controle biológico de pragas. Mais de 23 milhões de hectares fazem uso desse tipo de manejo com sucesso no país.
Além disso, o pioneirismo brasileiro nesse setor reforça a autoridade da pesquisa e desenvolvimento de soluções, favorecendo a exportação de tecnologia biológica para outros países.
Segundo o professor do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP), Alexandre de Sene Pinto: "toda a tecnologia que os outros países estão usando para grandes áreas está vindo do Brasil. O drone para liberação, as técnicas para quantificar os parasitoides, o momento e a frequência de liberação, tudo é brasileiro. Passamos a ser exportadores de tecnologia de controle biológico para campos abertos.".
As novidades em estudo e pesquisa também mostram que o mercado de controle biológico não se resume apenas a liberação de insetos predadores ou parasitoides na lavoura.
Produtos defensivos com base biotecnológica estão sendo introduzidos no mercado com agilidade e eficiência, aumentando a variedade de ações para os produtores rurais.
Em 2019, por exemplo, o MAPA aprovou o registro de 40 novos produtos biológicos e orgânicos. No início de 2020, dois defensivos inéditos com o menor índice de toxicidade já registrados também foram aprovados pelo mesmo Ministério.
Compromisso com o meio ambiente
Até 2050 especialistas afirmam que o mundo terá cerca de 10 bilhões de habitantes. Alimentar tanta gente sem comprometer o meio ambiente é um dos pilares do agronegócio atual.
Isso porque, para cumprir a missão de alimentar o mundo, é preciso produzir sem esgotar os recursos naturais, preservando o meio ambiente e desenvolvendo uma produção sustentável a longo prazo.
Uma das principais soluções para que isso seja possível está diretamente ligada ao mercado de controle biológico, que reduz os impactos causados pelos agroquímicos convencionais aplicados em excesso no campo.
Ao adotar técnicas e manejos biológicos, a necessidade de fazer aplicações de produtos químicos é reduzida significativamente.
Com isso, os produtores conseguem recuperar o equilíbrio agroecológico da lavoura, criando uma relação favorável entre insetos predadores e insetos praga.
Um dos fundamentos para que esse método seja efetivo é o famoso Manejo Integrado de Pragas (MIP). O MIP, em resumo, ajuda os produtores a agirem somente quando for realmente necessário para evitar os danos econômicos causados pelas pragas.
Como estratégia, são utilizados produtos com base biológica como inseticidas, além de armadilhas físicas e comportamentais e da liberação de inimigos naturais no campo. Para o meio ambiente, essa técnica faz com que a produção se torne mais sustentável e segura.
Para os produtores rurais, o MIP traz benefícios como maior produtividade e rentabilidade, redução de custos operacionais e de manejo e agregação de valor ao produto final.
Pesquisas e medidas de incentivo para a maior eficiência no controle de pragas
De acordo com dados divulgados pela Embrapa, uma pesquisa feita com sementes de soja tratadas com os fungos B. bassiana, Metarhzium anisopliae e Isaria fumosorosea, demonstrou uma redução de 60% de lagartas falsa-medideira, 30% de Helicoverpa armigera e 60% de mosca-branca na parte aérea, além da redução de 50% no consumo das folhas pelas pragas depois de 60 dias do tratamento.
Além disso, resultados semelhantes a esse também foram registrados em culturas como o feijoeiro e hortaliças.
Além do tratamento de sementes, estudos revelam resultados promissores para o uso de produtos biológicos de controle no entorno das áreas-alvo, que reduzem os custos para o produtor e tem alta eficiência comprovada em grandes culturas como citros e cana-de-açúcar.
Atualmente, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, revela um grande interesse em desenvolver a bioeconomia do país. Para isso, lançou o projeto chamado "Programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade, da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo" e tem investido recursos expressivos no mercado de controle biológico e biofertilizantes.
No segundo semestre de 2020, o Ministério da Agricultura promoveu a abertura de uma seleção de projetos para o fortalecimento da sociobiodiversidade, envolvendo pequenos e médios produtores rurais, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais.
De acordo com o secretário da Agricultura, Fernando Schwanke, existe uma tendência cada vez maior do mercado consumidor de conhecer e valorizar a origem dos alimentos e produtos ofertados.
Nesse sentido, investir em técnicas sustentáveis de produção é investir também na valorização dos produtos pelos consumidores brasileiros e países exportadores que estão cada vez mais exigentes em relação ao tema preservação ambiental.
Conclusões
Sendo assim, podemos concluir que o mercado de controle biológico no Brasil tende a crescer e evoluir significativamente nos próximos anos, sendo uma alternativa promissora que agrega benefícios para os produtores, consumidores e para toda a cadeira do agronegócio brasileiro.
Esse é um cenário esperançoso para o produtor rural, já que será capaz de produzir melhor, com gastos menores e ainda com sustentabilidade em sua propriedade.
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