Apesar de muitas adversidades, o ano de 2020 foi bastante interessante para cafeicultores brasileiros, principalmente em razão do preço do café recorde atingindo mais de R$ 610,00 por saca de 60 kg em agosto.

Mas o cafeicultor que está pensando na safra 2021 tem uma expectativa não tão animadora. Para 2021, a cafeicultura brasileira deve ter resultados menos promissores, mesmo com a expectativa do preço do café se manter mais alto no mercado internacional.
A produção para a colheita do ano de 2021 mostrou certa perturbação pelo clima desfavorável e por ser ano de bienalidade negativa. Por esses fatores, a colheita será naturalmente menor.
Por isso vale levantar a discussão sobre as estimativas de preço do café na safra 2021, os fatores que irão afetar a produtividade do café neste ano e o que o produtor pode fazer para que os prejuízos sejam contornados.
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. 2020 x 2021: estimativas de produção e de qualidade distintas
- 2. Clima e bienalidade negativa pressionam o preço do café na safra 2021 em todo o mundo
- 3. Preço do café: menor oferta do Brasil pode afetar todo o mundo
- 4. Invista em gestão e tenha maior controle das variáveis do café
- Falar com um analista CHBAGRO
2020 x 2021: estimativas de produção e de qualidade distintas
Somadas as espécies arábica e conilon, o volume de produção dos cafés do Brasil para a safra de 2020 foi estimado em 61,62 milhões de sacas de 60kg. Esse número representa um aumento de 25% em relação à safra de 2019.
Além do volume de produção superior, a qualidade dos grãos é o maior destaque desta safra, principalmente devido ao clima extremamente favorável durante a colheita, com ausência de chuvas neste período.
Mas, para 2021 as expectativas são diferentes e não tão positivas.
Num primeiro momento, há a indicação de que a colheita será menor, em função da bienalidade baixa, onde uma safra possui uma produtividade alta (como 2020) e na próxima (2021), devido a necessidade de recomposição do vegetal, a produção apresenta queda.
As projeções indicam uma oscilação entre 43,8 milhões e 49,5 milhões de sacas, em 2021. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a projeção representa uma redução entre 30,5% e 21,4% em relação à última safra.
Além do mais, relatórios de bancos e tradings têm apontado quebra da safra brasileira de arábica de 17% a 40%.
O Rabobank, por exemplo, projeta a safra brasileira 2021/22 em 60,7 milhões de sacas, sendo 40,5 milhões de sacas do tipo arábica, o que representa uma queda de 17,3% ante 2020/21 (49 milhões de sacas).
“Para o conilon brasileiro, a situação segue favorável, com as lavouras apresentando ótimo desenvolvimento”, informa o banco no relatório de perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2021.
Além disso, mesmo com a virada do ano, o clima brasileiro continua sendo uma grande preocupação para produtores, que relatam chuvas irregulares, com falta de água no solo em diversas áreas. Isso certamente afetará o preço do café no âmbito mundial.
Clima e bienalidade negativa pressionam o preço do café na safra 2021 em todo o mundo
Após a supersafra em 2020, questões climáticas, representadas pelo fenômeno La Niña, serão uma das principais responsáveis pela queda da produção de café em 2021.
A maioria das lavouras, já secas devido aos meses de chuva abaixo da média, agora podem ser afetadas pelas altas temperaturas.
O predomínio do ar seco presenciado em setembro e outubro impediu a chegada de frentes frias e a formação de nuvens de chuva na região cafeeira e isso certamente influenciou de forma negativa o novo ciclo da temporada de café 2021/22.

Há ainda a questão de o setor ter perspectivas negativas no âmbito mundial, principalmente após recentes furacões que atingiram a América Central, ameaçando a produção da região, e intensos volumes de chuvas que atrasam a colheita do café robusta no Vietnã.
Além disso, o ciclo 2020/2021 será de bienalidade negativa, indicando uma produção inferior, que associado à estiagem por muito dias impede que ocorram floradas mais uniformes.
Exatamente por ser um ano de bienalidade negativa, sempre há um aumento da área em formação, já que os produtores escolhem suas áreas onde ocorrem menores produtividades, por esgotamento da planta, e aproveita esse ano para levar essa área para formação, para fazer o manejo, proporcionando que o ano de bienalidade positiva possa expressar todo seu potencial de produtividade.
Ainda de acordo com os dados da CONAB, ao passo que a área em produção é a menor dos últimos 20 anos, a área em formação é considerada a maior dentro do período.
Isso se dá porque a seca que assolou os cafezais também induziu os produtores a aproveitar o ano de bienalidade.
Sendo assim, a área de produção indicada é de 1,76 milhão de hectares, com uma queda de 6,8% frente em comparação com 2020.
Em razão destas questões em conjunto, as preocupações sobre a oferta mundial de café são grandes e impulsionaram os preços futuros da bolsa de Nova York.
Preço do café: menor oferta do Brasil pode afetar todo o mundo
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência internacional de preço do café, os contratos futuros da variedade arábica passaram a sinalizar alta consistente, principalmente depois da divulgação de relatórios indicando perdas irreversíveis na safra brasileira deste ano.
O contrato para preço do café com vencimento em setembro/21, quando o Brasil estará no auge da entrega do café recém-colhido, saltou cerca de 17,8% do início de novembro até o dia 18, de 110,30 para 129,90 centavos de dólar por libra-peso.
Na Bolsa de Londres, o mercado futuro do conilon também opera com valorização, porém com ganhos limitados.
No final de 2020, Março/21 tinha alta de US$ 3 por tonelada, valendo US$ 1414, maio/21 tinha alta de US$ 5 por tonelada, valendo US$ 1426, julho/21 registrava valorização de US$ 6 por tonelada, valendo US$ 1440 e setembro/21 tinha alta de US$ 3 por tonelada, valendo US$ 1453.

No entanto, ainda não é possível calcular o prejuízo do produtor porque é difícil estimar o volume de café perdido, já que algumas regiões estão mais prejudicadas, outras menos. Além disso, a quebra será significativa no arábica; já para o conilon é esperada uma melhora.
Essa menor oferta do Brasil, considerado o maior produtor de café do mundo, certamente terá influência sobre a alta dos preços dessa commodity a nível mundial.
Mas tudo isso irá depender da duração e consequências da pandemia neste ano, além dos efeitos disso sobre a demanda mundial de café.
No início de 2021, a Europa, por exemplo, está vivendo um dos piores momentos da pandemia, provocando fechamentos no comércio, o que pode influenciar a demanda externa de café.
Outro fator que influenciou o bom preço do café commodity foi a desvalorização do real frente ao dólar.
Mas caso tenha mais dólares no mercado, com a vitória do Biden, por exemplo, pode ocorrer uma valorização do real frente a uma desvalorização do dólar. Isso pode levar a um ajuste no valor das commodities em geral.
A questão do calor e da seca no Brasil e em outros países produtores, como o Vietnã e os países das América do Norte e América Central, são outros fatores que podem trazer valorização nas cotações do preço do café.
Por todos esses fatores, cabe ao cafeicultor ficar atento ao mercado para tomar decisões econômicas mais assertivas.
Invista em gestão e tenha maior controle das variáveis do café
Como visto até aqui, o preço do café na safra 2021 apresentará boa valorização, mesmo diante de um ano cujo volume de produção será relativamente reduzido - pela questão climática e bienalidade negativa – afetando a oferta mundial dessa commodity.
As variações no clima, a bienalidade e o preço do café em constante alternância de valores têm exigido muito da capacidade do cafeicultor na hora de tomar decisões e gerenciar tanto suas lavouras como a venda do seu café.
Cenários de alto volume de produção ou de quebra de produtividade exigem que o cafeicultor seja mais competitivo, não trabalhando apenas com a força braçal, mas também com a inteligência, planejamento e gestão.
Para isso, o uso de um bom software de gestão é fundamental, que deve ser completo, integrado e de fácil utilização.
O CHBAGRO, por exemplo, é um software de gestão agrícola específico para fazendas, pois permite um gerenciamento totalmente integrado de todas as atividades da fazenda.
Por exemplo, quando há o lançamento de uma nota fiscal de compra, automaticamente o sistema gera uma despesa no módulo financeiro e adiciona o insumo no estoque.
Na medida em que o operador agrícola realiza as aplicações, o sistema automaticamente faz todos os cálculos para informar quanto a aplicação custou em cada fazenda e talhão.
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Com esse sistema de gerenciamento, o cafeicultor consegue tomar decisões mais assertivas que certamente resultarão em maior produtividade e lucratividade de seu sistema de produção.
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