Com o início de mais uma safra, surge a dúvida sobre a viabilidade da colheita mecanizada do café.
No cenário de hoje, além dos fatores que já se precisaria considerar para avaliar a adoção dessa técnica, é necessário levar em conta também o novo balanço comercial estabelecido.
Por causa da pandemia do coronavírus, muitos cenários econômicos precisaram ser revistos, inclusive a produção de café. Sem dúvidas, isso impacta inclusive na colheita.
Levando isso em conta, elaboramos um breve resumo para você saber tudo o que importa a respeito de colheita mecanizada do café e avaliar se é interessante para sua fazenda. Confira!
O que é a colheita mecanizada do café?
Na verdade, a colheita mecanizada do café é um sistema de colheita. Os outros são colheita manual e semimecanizada.
Dessa forma, nesse sistema, a maior parte das operações são realizadas mecanicamente.
Em geral, são mais usadas em grandes propriedades, com uso de tecnologia, mão-de-obra especializada e em terreno de topografia favorável (suave ou suave ondulado).
A propósito, as operações de colheita do café são divididas da seguinte forma:
- Arruação: quando se remove terra solta, detritos, plantas daninhas, entre outros, que estejam ao redor dos cafeeiros, antes de os frutos começarem a cair no chão;
- Derriça: quando os frutos são retirados da planta, o que pode ser feito sobre o chão limpo ou sobre panos posicionados sob o pé de café;
- Varrição: é a operação de amontar e recolher o café no chão e serve para separar o café caído do café colhido (derriçado);
- Recolhimento: processo de levantar e ajustar o café varrido ou colhido;
- Abanação: consiste em limpar o café derriçado ou varrido, separando os detritos que possam ter sido carregados nas etapas anteriores;
- Transporte: é a condução do café colhido para o terreiro para iniciarem-se as operações pós-colheita. É a operação de retirada do café já recolhido da lavoura e sua condução para o terreiro, onde prosseguem as operações de pós-colheita.
Um detalhe importante é que, mesmo a maior parte das operações sendo com máquinas, a colheita do café não dispensa totalmente o trabalho manual.
Isso porque, além de os diferentes pés de café terem frutos com pontos de maturação diversos, a máquina não chega em todos os pontos da copa.
Assim, a passagem da máquina pelo cafezal é chamada de “derriça mecânica”, enquanto a operação manual complementar subsequente é conhecida como “repasse”.
Assim, as operações mais fáceis de serem mecanizadas são a arruação e a abanação, ainda que requeiram máquinas específicas.
Os principais fatores a serem levados em conta na operação de colheita mecanizada são:
- Tamanho da área plantada;
- Alinhamento das árvores;
- Espaçamento do plantio;
- Altura das plantas;
- Topografia.
Quais máquinas são usadas na colheita do café?
Conforme mencionamos, algumas etapas são mais favoráveis a mecanização do que outras na colheita.
Por esse motivo, os modelos de máquinas usados na execução de operações de colheita mecanizada podem ser específicos ou conjugados.
No caso de operações específicas, existem as máquina arruadoras, derriçadoras e abanadoras.
Já para processos conjugados de mecanização, são usadas as colhedoras, que derriçam, recolhem, abanam e ensacam na mesma operação.
Nesse contexto, a escolha do equipamento dependerá da operação de colheita escolhida pelo produtor.
Isso deve levar em conta não apenas fatores topográficos ou de mão de obra, mas também o planejamento da produção como um todo. Isto é, os períodos de safra, entressafra, metodologias, objetivos de certificação, entre outros.
Similarmente, é fundamental saber como é a safra na localidade onde está situada a fazenda.
Outro ponto importante é entender que existe uma diferença entre a safra agrícola e a safra comercial do café.
De modo geral, a safra do café começa entre setembro/outubro e finda em agosto/setembro. Assim, se a safra agrícola teve início em setembro, a safra comercial ocorrerá em setembro do ano seguinte.
Por exemplo, se a safra agrícola de uma propriedade se deu em setembro de 2019 (safra agrícola 2018/2019), sua comercialização entrará na safra 2020, correspondendo à safra comercial 2019/2020.
Além disso, as operações de colheita do café ocorrem em período relativamente curto: 75 dias úteis ou 3 meses corridos.
O início varia de região para região. Na Zona da Mata mineira e locais quentes, por exemplo, começa em abril/maio e estende-se até agosto/setembro, dependendo das condições climáticas.
Esse fator também deve ser levado em conta no momento do planejamento da colheita mecanizada da lavoura de café.
Quais as vantagens e desvantagens da colheita mecanizada?
A principal vantagem da colheita mecanizada do café é a redução do uso de mão-de-obra, que é cada vez mais difícil de encontrar.
Outro ponto importante é a redução de custos (entre 10 a 40%, dependendo da fazenda). Isso deve ser avaliado caso a caso por uma equipe de especialistas.
Entretanto, é possível resumirmos assim os prós e contras da mecanização de operações de colheita do café:
Em outras palavras, a colheita mecanizada não se restringe a grandes propriedades, podendo ser adequada a pequenos e grandes, até mesmo cooperativas.
Por fim, é interessante destacar que existem máquinas e metodologias adequadas para os mais diversos perfis de propriedades.
Assim, a colheita mecanizada do café é o processo de utilizar máquinas em lugar de pessoas para realizar as diferentes etapas da operação de colheita.
Possui vantagens e desvantagens e a decisão final depende dos recursos disponíveis, do planejamento, do modo de gestão rural adotado e de características de solo e clima.
Se interessou pelo assunto? Então aproveite para ler em nosso blog mais sobre mecanização agrícola!
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